Botucatu, em SP, é escolhida pelo Instituto Butantan para estudo de imunidade contra dengue
09/12/2025
(Foto: Reprodução) Vacina contra a dengue do Butantan: veja quem serão os primeiros a receber
O Ministério da Saúde escolheu Botucatu, no interior de São Paulo, como o primeiro município do país a receber uma ação especial para medir o impacto real da nova vacina contra dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan. A estratégia é vacinar até 50% da população de 15 a 59 anos e acompanhar a redução de casos da doença em tempo real.
Botucatu foi selecionada por ter predominância do sorotipo DENV-3, que impulsionou o aumento de casos da doença no país em 2024.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a iniciativa começará no primeiro trimestre de 2026 e tem como objetivo avaliar a efetividade do imunizante em condições reais, fora dos estudos clínicos.
“A nossa previsão é fazer isso no primeiro trimestre do ano que vem. Quando a gente chegar a 40% a 50% da população vacinada, podemos ter um controle maior da doença”, disse o ministro.
A cidade tem histórico de participação em pesquisas de vacinação em massa. Durante a pandemia de Covid-19, Botucatu realizou uma ação semelhante com o imunizante da AstraZeneca, em parceria com a Unesp e o Ministério da Saúde.
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Camilla Carvalho/Instituto Butantan
Além dessa frente de monitoramento, a campanha nacional será iniciada com 1,3 milhão de doses ofertadas pelo SUS a partir de 2026. Profissionais da Atenção Primária e adultos de 50 a 59 anos serão os primeiros a ser vacinados com o novo imunizante, que é de dose única e protege contra os quatro sorotipos da dengue. A estimativa do ministério é que a vacinação comece até o fim de janeiro.
Para o ministro, a análise em Botucatu será essencial para orientar a expansão da estratégia nos próximos meses. “Botucatu tem estrutura e experiência para realizar essa avaliação. Eles já mostraram na Covid-19 o impacto de uma vacinação acelerada em nível local”, afirmou.
De acordo com a Anvisa, a vacina do Butantan apresentou 74,7% de eficácia contra casos sintomáticos e 89% de proteção contra dengue grave.
Sintomas da dengue
arte/g1