Justiça mantém absolvição de PMs acusados de torturar e matar jovem com choques elétricos em Bauru
17/12/2024
Suspeito de ter roubado uma moto, Carlos Rodrigues Júnior, na época com 15 anos, foi abordado dentro de casa e, segundo apontaram os laudos periciais, morreu de parada cardiorrespiratória após ser submetido a choques elétricos que resultaram em 31 lesões. Adolescente de 15 anos morreu após abordagem policial em Bauru (SP), em 2007
Reprodução/TV TEM/Arquivo
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve a absolvição dos quatro policiais militares acusados de torturar com choques elétrico até a morte o adolescente Carlos Rodrigues Júnior, em Bauru (SP), no fim de 2007.
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A decisão foi tomada em sessão realizada nesta terça-feira (17), quando o tribunal rejeitou o pedido de apelação do Ministério Público, que havia recorrido da sentença proferida pelo júri popular.
O julgamento no TJ-SP reafirmou a absolvição dos réus Roger Marcel Vitiver Soares de Souza, Emerson Ferreira, Juliano Arcangelo Bonini e Maurício Augusto Delasta. Eles haviam sido absolvidos por negativa de autoria no Tribunal do Júri de Bauru, em 2023.
A decisão do tribunal, por maioria de votos, manteve a posição da juíza Érica Marcelina Cruz, da 1ª Vara Criminal de Bauru.
Policiais acusados de torturar e matar adolescente são julgados em Bauru
Tortura com choques elétricos
À época, seis policiais militares foram até uma casa no bairro Mary Dota à procura de uma moto que havia sido roubada.
Os PMs entraram na residência onde morava o adolescente e, no local, ele teria sido torturado com descargas de choque elétrico. O adolescente morreu horas depois, quando deu entrada no Pronto-Socorro Central.
Na denúncia do Ministério Público, consta que cinco policiais entraram no quarto do adolescente, que foi imobilizado, algemado e, posteriormente, agredido com descargas elétricas para que confessasse o roubo e o local onde estava a arma usada no crime.
Policiais são acusados de torturar o adolescente com choques elétricos
Reprodução /TV TEM/Arquivo
No dia 18 de dezembro, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) comprovou a tortura e indicou que o adolescente tinha mais de 30 lesões causadas pelos choques. Os cinco policiais chegaram a ficar presos, mas, logo depois, passaram a responder às acusações em liberdade.
Um dos PMs, Gerson Gonzaga, teve o processo desmembrado dos demais acusados de participar da sessão de choques e foi absolvido dos crimes de homicídio qualificado e tortura ainda em 2018.
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